Mulheres em luta por uma vida sem violência!




O fato que aconteceu na Uniban, onde uma estudante foi agredida e ameaçada verbalmente por cerca de 700 colegas, é mais uma expressão da violência contra as mulheres. Como na maioria dos casos, buscou-se justificar o ocorrido pela roupa que a estudante utilizava. A tentativa de justificar o que não tem justificativa – a violência sexista – geralmente aponta que a mulher não se comportou como deveria, ou seja, provocou a violência.


As mulheres devem seguir regras de conduta e comportamento ideais, a partir de um padrão estético que nos condiciona a viver sob as rédeas da sociedade e dos homens. O modelo de feminilidade nos impõe essas regras e tem como característica a subordinação das mulheres aos homens. O machismo estrutura a sociedade e coloca as mulheres nesta situação de desigualdade e subordinação. As mulheres devem ser afetuosas, compreensivas, estarem impecáveis e, acima de tudo, disponíveis aos homens. Essa idéia de disponibilidade das mulheres contribui para naturalizar e banalizar a violência a que estamos expostas todos os dias, que se expressa em gracejos ofensivos e constrangedores, em ameaças e agressões físicas e verbais. A violência sexista é causada pelo machismo, que estabelece relações de poder que o conjunto dos homens exerce sobre as mulheres.



Nos manifestamos hoje para denunciar a violência sexista e a cumplicidade da Universidade frente a este caso. A decisão da Uniban de expulsar a estudante contribui para banalizar, estimular e justificar a violência sexista dentro na universidade e fora dela. Ao expulsar a estudante, a universidade transformou a vítima em ré, colocando sobre ela a responsabilidade da violência que sofreu. Uma instituição de ensino deveria ter uma postura diferente: tratar o caso, punir os agressores e acolher a vítima. Ao contrário, a comissão de sindicância aberta pela universidade puniu a vítima. Este não é o primeiro caso de violência contra a mulher na Uniban. Também não é um acontecimento isolado. Pelo contrário, a violência sexista é freqüente nas universidades de todo o Brasil.


As mulheres têm o direito a uma vida livre de violência! As mulheres têm o direito de serem respeitadas em seus ambientes de estudo e trabalho, e de serem reconhecidas e valorizadas como sujeitos que pensam e produzem conhecimento, não apenas como corpos a disposição dos outros.



Somos mulheres e não mercadoria!
Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres.


União Nacional dos Estudantes
Marcha Mundial das Mulheres

2 comentários:

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Caras companheiras de luta,
não tenho legitimidade para falar do assunto uma vez que não sou mulher. Mas, como direito de liberdade de expressão, vou me arriscar. Não estariamos fazendo uma análise rudimentar demais? Devemos defender os direitos dos cidadãos brasileiros de se expressarem seus simbolos ou os direitos da do corpo feminino como um todo ou da Geyse enquanto uma mulher que muitas vezes pode ser também uma machista? Seria ela uma santa? . A defesa do personalismo na luta só favoreceu algo que é ridículo históricamente: "A fama a partir de valores estéticos". Ela vem recebendo propostas de várias mídias do país para se expor, mas uma é preocupante: "A Playboy". O que tudo indica ela aceitou a proposta, e pior, para pousar com seu famigerado vestidinho rosa muito curto. Onde é que queremos chegar com isso? A lógica - sem analisar variáveis econômicas - poderia nos fazer acreditar que ela se tornaria mais uma defensora das mulheres, nos valores anti-machistas. Mas não, a decisão dela de aceitar tal proposta só potencializou o "Machismo Social", quantas mulheres não gostariam de estar no lugar dela a esta altura do campeonato? Quantas não gostariam de ter sido agredida e expulsa da Uniban para ser promovida midiáticamente? Isso é preocupante.....muito preocupante, tanto quanto o crescimento do protestantismo e seus valores morais adentrando na política. Reflitam *mulheres guerreiras.